A pergunta “Quem matou Odete Roitman?” continua ecoando décadas depois e permanece como um dos maiores mistérios da teledramaturgia brasileira. Desde sua primeira exibição em 1988, Vale Tudo conquistou o país ao unir crítica social, personagens marcantes e um suspense capaz de paralisar o público diante da televisão. Em 2025, o remake da novela reacendeu essa curiosidade nacional, apresentando uma nova interpretação do crime que chocou gerações. Com elenco renovado, narrativa atualizada e estética moderna, a nova versão trouxe de volta uma das vilãs mais emblemáticas da TV, despertando comparações inevitáveis entre as duas produções.
Mas o que mudou realmente? Quais elementos permanecem como essência da história e o que foi reinventado para o público contemporâneo? Neste artigo, vamos explorar as diferenças narrativas, o contexto cultural de cada época e o motivo pelo qual o mistério em torno da morte de Odete Roitman ainda fascina milhões de brasileiros.
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O Impacto da Morte de Odete Roitman em 1988
A primeira versão de Vale Tudo, assinada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, trouxe Beatriz Segall no papel de Odete Roitman — uma empresária fria, arrogante e símbolo da elite que desprezava o Brasil e idolatrava o estrangeiro. Em 6 de dezembro de 1988, o país parou diante da televisão para descobrir quem havia matado a vilã. A trama atingiu um nível de engajamento inédito: foram organizados bolões, concursos e até discussões em jornais sobre o possível assassino. O mistério foi mantido até o último capítulo, revelado por meio de um flashback — um recurso inovador para a época. A responsável pelo disparo foi Leila (Cássia Kis), que, tomada pelo ciúme, acreditou estar atirando na amante do marido, mas acabou matando Odete por engano.

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A sequência foi exibida em plena época natalina, intensificando o choque emocional e consolidando-se como um dos momentos mais marcantes da história da TV brasileira. Estima-se que mais de 2,5 milhões de cartas tenham sido enviadas à Rede Globo com palpites sobre o crime, comprovando o impacto cultural da obra. Vale Tudo não foi apenas uma novela: tornou-se um retrato fiel da sociedade brasileira dos anos 1980 e um espelho da corrupção moral que ainda ressoa nos dias atuais.
O Remake de 2025: Novos Rumos para um Mistério Clássico
Na nova versão, adaptada por Manuela Dias, Vale Tudo retorna com uma roupagem moderna e discussões atualizadas, mas sem perder a essência crítica da obra original. Débora Bloch dá vida à nova Odete Roitman, mantendo a imponência e o desprezo característico da personagem, mas com nuances mais humanas e atuais. Dessa vez, a vilã é assassinada em seu quarto no luxuoso Copacabana Palace, e o crime envolve múltiplos suspeitos — entre eles, Heleninha (filha), Celina (irmã), Maria de Fátima (ex-nora), Marco Aurélio (ex-genro) e César (marido). Diferente da versão original, em que o crime foi acidental, o remake sugere um assassinato premeditado, repleto de intrigas familiares e disputas por poder e herança. Dez finais alternativos foram gravados para evitar vazamentos, e o desfecho oficial só será exibido no último capítulo, em 17 de outubro. A morte de Odete foi filmada em primeira pessoa, com uma frase marcante: “Ninguém tem coragem de atirar em Odete Roitman” — segundos antes do disparo. A produção trouxe um novo olhar sobre o mito televisivo, explorando temas como a influência das redes sociais, a exposição pública e a decadência moral sob um viés contemporâneo.

Diferenças Narrativas Entre as Duas Versões
A comparação entre as versões de 1988 e 2025 mostra como a teledramaturgia evoluiu, adaptando-se às novas formas de consumo e aos debates sociais do momento. Enquanto a original apostava em um suspense linear e revelações tradicionais, o remake investe em múltiplas perspectivas e mistério interativo, alimentado pelas redes sociais e pela participação do público online.
| Elemento | Versão de 1988 | Remake de 2025 |
|---|---|---|
| Assassino | Leila, por engano | Ainda não revelado, múltiplos suspeitos |
| Motivo do crime | Ciúme e raiva | Disputa por poder e herança |
| Forma de revelação | Flashback no último capítulo | Final alternativo e múltiplos desfechos |
| Reação do público | Comoção nacional e cartas enviadas | Discussões, teorias e memes nas redes sociais |
| Estilo da cena | Direção clássica e som impactante | Filmagem em primeira pessoa e narrativa moderna |
O remake mantém o mesmo mistério central, mas reformula o modo de contá-lo, incorporando elementos tecnológicos e linguagem cinematográfica. O uso de câmeras subjetivas, iluminação dramática e trilhas imersivas cria uma atmosfera de thriller psicológico, aproximando a novela de produções contemporâneas de streaming.
A Relevância Cultural e o Legado do Mistério
Odete Roitman nunca foi apenas uma vilã. Ela é um arquétipo da elite brasileira, símbolo da hipocrisia social e da falta de ética que domina o poder. Sua morte representa, nas duas versões, o colapso de um modelo de sociedade que valoriza o dinheiro e o status acima da moral. Em 1988, Vale Tudo serviu como espelho da desigualdade e da corrupção do Brasil pós-ditadura. Em 2025, a trama reflete os dilemas modernos — a cultura da aparência, a manipulação digital e a luta pelo prestígio em tempos de redes sociais. No remake, a vilã é mais complexa: poderosa, mas vulnerável; arrogante, mas consciente de sua solidão. Essa dualidade aproxima o público e torna sua queda ainda mais simbólica. Além disso, a nova versão atualiza a discussão sobre justiça. Enquanto, no original, os culpados escapam impunes, na versão atual a investigação é conduzida com rigor, revelando um Brasil que ainda busca respostas para seus próprios crimes morais.
Expectativas e o Futuro do Mistério
A pergunta que ecoa desde os anos 80 volta a movimentar o país: quem matou Odete Roitman? A estratégia de múltiplos finais, adotada pela Globo, reacende o suspense e garante que o público permaneça engajado até o último minuto. Teorias se espalham pelas redes, e cada semana surge um novo suspeito entre os personagens. Alguns acreditam que Odete simulou sua própria morte; outros apostam que a história seguirá o padrão clássico, com Maria de Fátima novamente envolvida. Seja qual for o desfecho, o impacto cultural é inegável. Vale Tudo continua sendo um retrato do Brasil — um país onde o certo e o errado se misturam, e onde a busca por justiça é, muitas vezes, uma novela sem fim.
Mais de três décadas depois, a frase “Quem matou Odete Roitman?” ainda provoca curiosidade, nostalgia e reflexão. A versão de 1988 revolucionou a teledramaturgia brasileira com um enredo ousado e uma crítica social afiada. Já o remake de 2025 prova que histórias bem contadas resistem ao tempo, adaptando-se às novas gerações sem perder sua essência. Independentemente do assassino, o que permanece é o legado de uma personagem que marcou a cultura popular e redefiniu o papel das vilãs na TV. Odete Roitman é, e sempre será, um símbolo do poder, da corrupção e da fragilidade humana — e é exatamente por isso que sua morte continuará sendo discutida, reinterpretada e lembrada por muitos anos.
Quem Matou Odete Roitman? – Imagens do topo: Ric / UOL

