O capítulo 215 de Chainsaw Man marca um dos momentos mais impactantes da Parte 2 do mangá. Tatsuki Fujimoto, conhecido por sua narrativa visceral e psicológica, aprofunda ainda mais a construção de personagens ao revelar os verdadeiros objetivos de Yoru, o temido Demônio da Guerra.
Neste artigo, vamos analisar em detalhes como o capítulo expõe a luta existencial de Yoru, o papel de Asa Mitaka nessa batalha simbólica e a importância crescente de Denji em um conflito que vai além do físico e toca as camadas mais profundas do medo humano
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Yoru em Ascensão: Mais que uma Antagonista
Yoru é um dos Quatro Cavaleiros e representa o medo da guerra. No entanto, o capítulo 215 mostra que sua força está em decadência, já que a humanidade passou a temer mais a morte, a fome e a perda de controle do que os conflitos armados. Esse deslocamento reduziu o poder de Yoru, tornando-a uma entidade desesperada por relevância.
O que torna a personagem fascinante é sua dualidade. Yoru não age apenas como uma vilã cruel, mas como alguém lutando contra o esquecimento. Sua motivação é reacender o medo da guerra no coração humano — não para destruir por prazer, mas para sobreviver. Essa busca a leva a manipular sentimentos e transformar vínculos humanos em armas, estratégia que coloca Asa Mitaka no centro da narrativa.
Asa Mitaka: A Chave da Estratégia de Yoru
Desde que Yoru passou a dividir o corpo com Asa, a jovem estudante se tornou peça fundamental em seu plano. O capítulo 215 deixa claro que Yoru deseja transformar as emoções de Asa — especialmente seus sentimentos por Denji — em poderosas armas.
Contudo, Asa resiste. Ela se recusa a aceitar que laços de amizade ou amor possam ser convertidos em violência. Esse embate interno entre Asa e Yoru é um dos grandes destaques da história, revelando uma luta psicológica e moral que vai além do combate físico.
A resistência de Asa simboliza a tentativa de preservar a humanidade diante do caos, fazendo dela uma das personagens mais complexas e humanas da obra.
Denji: Popularidade, Esperança e Ameaça
Denji, o protagonista, aparece como um fator decisivo no capítulo. Sua crescente fama como Chainsaw Man enfraquece Yoru, já que sua imagem de herói amado diminui o espaço para o medo da guerra.
Para Yoru, derrotar Denji significa mais do que vencer uma batalha: é a chance de recuperar poder e influência. Porém, quanto mais Denji conquista apoio e idolatria, mais próximo ele leva Yoru ao esquecimento.
Essa disputa não é apenas física, mas simbólica: esperança contra medo, superação de traumas contra a perpetuação do terror.
A Guerra como Metáfora do Medo
Um dos elementos mais profundos do capítulo 215 é o modo como Fujimoto aborda a guerra como metáfora. O medo da guerra, outrora dominante, cedeu lugar a temores mais imediatos. Com isso, Yoru representa não apenas um demônio, mas a fragilidade de conceitos que perdem força com o tempo.
Ao manipular Asa e tentar reacender esse medo, Yoru mostra sua própria vulnerabilidade. A guerra deixa de ser apenas um cenário de batalhas e se transforma em símbolo da destruição dos vínculos humanos.
Essa reflexão dá ao mangá uma camada filosófica, tornando-o muito mais do que ação e horror.

Yoru Humanizada: Crueldade, Desespero e Fragilidade
Apesar de cruel e manipuladora, Yoru é retratada como uma figura frágil e até ingênua em sua luta por sobrevivência. Seu desespero a torna imprevisível e perigosa, capaz de sacrificar até mesmo a humanidade de Asa para manter-se relevante.
Esse retrato cria uma vilã única: não apenas movida pela maldade, mas pela necessidade existencial de não ser esquecida. Essa complexidade fortalece a relação tensa e dramática entre Yoru e Asa, um dos pontos centrais da Parte 2.
Conclusão: Chainsaw Man 215 como Ponto de Virada
O capítulo 215 é um divisor de águas para Chainsaw Man. Ao expor os verdadeiros motivos do Demônio da Guerra, Fujimoto aprofunda os dilemas morais dos personagens e amplia a reflexão sobre os medos que moldam a humanidade.
Mais do que um confronto entre Denji, Asa e Yoru, o mangá nos mostra uma disputa simbólica entre esperança e terror, humanidade e destruição.
Com essa construção rica em camadas, Chainsaw Man se consolida como um dos mangás mais relevantes da atualidade. E, para os fãs, fica a certeza: a guerra está longe de terminar, e o campo de batalha mais importante será sempre o coração humano.

Imagens: Soap Central