Abraham Costa
A histeria coletiva é um fenômeno intrigante que ocorre quando grupos de pessoas compartilham distúrbios, sintomas ou reações semelhantes, geralmente em resposta a eventos imaginários ou exagerados. Ao longo da história, vários casos bizarros de surtos coletivos ocorreram em todo o mundo, destacando a vulnerabilidade da psicologia humana a influências sociais e comportamentos de massa. Neste artigo, exploraremos alguns desses casos notáveis de histeria coletiva e examinaremos as circunstâncias que os desencadearam.
A Epidemia de Riso (Tanzânia, 1962)
Nos anos 1960, a cidade de Tanganiyka, na Tanzânia, testemunhou um surto de histeria coletiva incomum que durou surpreendentes dezoito meses. Tudo começou com a contação de uma simples piada em um colégio interno e logo se espalhou, afetando um grande número de pessoas. O riso incontrolável resultou em uma série de sintomas preocupantes, incluindo problemas respiratórios, dores, desmaios, crises de choro e até erupções cutâneas. Este episódio destaca como eventos aparentemente inofensivos podem desencadear uma histeria coletiva devastadora.
O Cine Oberdan (São Paulo, 1938)
Um evento trágico no Brasil em 1938 ilustra como mal-entendidos em momentos críticos podem se transformar em tragédias. Durante uma exibição de filme no Cine Oberdan, um grito de “fogo” causou pânico entre os espectadores, levando a uma debandada que resultou em mais de trinta mortes. A ironia reside no fato de que não havia incêndio real no cinema. Acredita-se que um evento chocante no filme possa ter desencadeado o grito de “fogo”, desencadeando o caos.
A Epidemia do Inseto (Estados Unidos, 1962)
Em uma fábrica de tecidos nos Estados Unidos, boatos sobre insetos transmitindo um vírus resistente se espalharam rapidamente. Muitos trabalhadores começaram a relatar sintomas da suposta doença, incluindo tonturas, náuseas, vômitos e sonolência. Surpreendentemente, não foram encontradas evidências reais dos insetos, levando os pesquisadores a acreditar que a ansiedade e a tensão associadas à “doença” foram as principais causas dos sintomas.
A Guerra dos Mundos (Estados Unidos, 1938)
Um dos casos mais famosos de histeria coletiva envolveu a adaptação de “A Guerra dos Mundos”, de Orson Welles, transmitida pelo rádio nos Estados Unidos em 1938. A narrativa, apresentada em meio à tensão da Segunda Guerra Mundial, levou muitos ouvintes a acreditar erroneamente que estavam ouvindo um boletim de notícias sobre ataques alienígenas reais. O resultado foi o pânico generalizado, com milhões de pessoas tomando as ruas em Nova York e Nova Jersey antes que a situação fosse esclarecida.
A Dança da Morte (França, 1518)
Créditos da Imagem: Aventuras na Historia
Um evento singular na França em 1518 envolveu uma mulher chamada Fao Troffea, que inexplicavelmente começou a dançar nas ruas. O que começou como um caso isolado logo se transformou em uma epidemia, com centenas de pessoas se juntando à “dançarina de rua”. Infelizmente, a maioria dos participantes acabou morrendo de ataques cardíacos, derrames ou exaustão, sem motivo aparente para a dança contínua.
Onze Pessoas e o “Diabo” (França, 2010)
Em um caso particularmente bizarro ocorrido em Paris em 2010, um homem foi erroneamente identificado como o Diabo pela esposa e outros membros da família, resultando em uma série de eventos chocantes. A situação culminou em ferimentos e até na morte de um bebê de quatro meses, enquanto as pessoas tentavam fugir do suposto “Diabo”. O motivo por trás desse incidente permanece obscuro.
Conclusão
Os casos de histeria coletiva ao longo da história destacam a influência poderosa da psicologia de grupo e como eventos simples ou mal-entendidos podem desencadear reações extremas em massa. Esses episódios servem como lembretes de como a mente humana é suscetível a influências sociais e emocionais, e como a compreensão desses fenômenos pode ajudar a evitar tragédias semelhantes no futuro. Se inscreva no nosso canal clicando aqui
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