A segunda temporada da série live-action de One Piece, produzida pela Netflix, ainda nem estreou oficialmente, mas já está envolvida em uma nova polêmica que movimenta fãs e críticos. A controvérsia gira em torno da escalação da atriz Charithra Chandran para interpretar Nefertari Vivi, personagem central do arco de Alabasta, e reacende o debate sobre representatividade, fidelidade à obra original e liberdade criativa em adaptações.
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A origem da polêmica
Charithra Chandran, conhecida por seu papel em Bridgerton, foi anunciada como intérprete de Vivi, princesa do Reino de Alabasta. A personagem, no anime e mangá, é retratada com pele clara e cabelos azuis, enquanto a atriz tem ascendência indiana e tom de pele mais escuro. Parte da comunidade online reagiu negativamente à escolha, alegando que a escalação não respeita a aparência original da personagem.
A controvérsia ganhou força nas redes sociais, com grupos de fãs divididos entre os que defendem a fidelidade visual ao mangá e os que apoiam a diversidade no elenco. A discussão se intensificou após a divulgação das primeiras imagens da segunda temporada durante o One Piece Day 2025, realizado em Tóquio.
A resposta do elenco e da produção
Diante das críticas, membros do elenco saíram em defesa de Charithra Chandran. Rob Colletti, que interpreta Wapol, publicou uma mensagem contundente nas redes sociais:
“É surpreendente como alguns fãs aceitam um pirata de borracha, um médico rena e um peixe falante, mas se incomodam com uma atriz não branca interpretando Vivi. Charithra foi escolhida pessoalmente por Eiichiro Oda.”
Emily Rudd, que interpreta Nami, também manifestou apoio à colega, reforçando que a escolha foi feita com cuidado e respeito à essência da personagem. A produção da série reiterou que Eiichiro Oda, criador de One Piece, está diretamente envolvido na adaptação e aprovou todas as decisões de elenco.
Representatividade e fidelidade: um dilema recorrente

A polêmica em torno de Vivi não é um caso isolado. Adaptações live-action frequentemente enfrentam críticas por mudanças visuais ou narrativas em relação à obra original. No caso de One Piece, a primeira temporada já havia sido elogiada por manter o espírito da série, mesmo com ajustes inevitáveis para o formato televisivo.
A escolha de Chandran levanta questões importantes:
- Até que ponto a aparência física deve ser mantida em adaptações?
- A representatividade racial pode coexistir com fidelidade estética?
- O envolvimento do autor original legitima mudanças criativas?
Para muitos fãs, a resposta está no equilíbrio entre respeito à obra e inclusão. O Reino de Alabasta, por exemplo, tem inspiração em culturas do Oriente Médio e Norte da África, o que torna plausível a escolha de uma atriz com traços não europeus.
O que esperar da segunda temporada
Apesar da polêmica, a segunda temporada de One Piece promete expandir o universo da série com novos personagens e arcos. Intitulada “Rumo à Grand Line”, a trama seguirá Luffy e os Chapéus de Palha em sua jornada por mares perigosos e ilhas bizarras. Arcos como Loguetown, Reverse Mountain e Ilha de Drum estão confirmados, enquanto Alabasta deve ser explorado parcialmente, com foco nos eventos que antecedem o conflito principal.
Novos personagens como Nico Robin, Smoker, Miss Wednesday e Dr. Kureha também farão sua estreia, com destaque para a introdução de Tony Chopper, que será interpretado por Mikaela Hoover com uso de captura de movimento.
A segunda temporada de One Piece ainda está em produção, com estreia prevista para 2026, mas já demonstra o impacto cultural e emocional que a série tem sobre sua base de fãs. A polêmica envolvendo a escalação de Charithra Chandran como Vivi revela os desafios de adaptar obras icônicas para novos formatos, especialmente quando se trata de representatividade e fidelidade visual.
Com o apoio do elenco e a supervisão direta de Eiichiro Oda, a produção da Netflix aposta em uma abordagem que valoriza diversidade sem perder a essência da história. Resta aos fãs acompanhar os próximos capítulos — dentro e fora da tela — e decidir se a adaptação continua honrando o legado de One Piece.
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