A verdadeira história de Anne Frank: 20 detalhes incríveis que você não vai acreditar.

Uma das personalidades mais famosas do século XX, Anne Frank registrou em seu diário seus sentimentos, pensamentos e experiências durante os dois anos em que viveu escondida com a sua família e outros judeus em um anexo secreto em Amsterdã, durante a ocupação nazista dos Países Baixos na Segunda Guerra Mundial.

O documento virou o livro “O diário de Anne Frank” e foi publicado pela primeira vez em 1947, por seu pai, Otto Frank, o único sobrevivente do grupo, e desde então foi traduzido para mais de 70 idiomas e vendeu cerca de 35 milhões de exemplares. O diário de Anne Frank é um testemunho emocionante e inspirador da esperança e resistência em meio à adversidade.

Neste artigo, vamos te mostrar 20 curiosidades sobre Anne Frank, que vão te fazer conhecer melhor essa jovem escritora e sua fascinante e triste história.

1. “Anne” era apenas um apelido


O nome completo de Anne Frank era Annelies Marie Frank. Nascida em 12 de junho de 1929 em Frankfurt, na Alemanha, Anne era chamada assim por seus pais e amigos, e também usava em seu diário o pseudônimo de “Kitty”, se referindo a uma amiga imaginária.

2. Ela tinha uma irmã mais velha


Anne Frank tinha uma irmã mais velha que se chamava Margot, nascida em 16 de fevereiro de 1926, em Frankfurt. Margot era mais estudiosa, reservada e séria do que Anne, mas as duas eram muito próximas e se apoiavam muito. Margot também escrevia um diário, mas infelizmente ele nunca foi encontrado.

3. Ela se mudou para a Holanda aos quatro anos


Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha em 1993 e iniciou uma perseguição aos judeus, impondo leis que restringiam sua liberdade e seus direitos. Temendo pela segurança da família, o pai de Anne, Otto Frank, decidiu se mudar para a Holanda, onde tinha uma empresa de produtos químicos. Anne, Margot e sua mãe, Edith, se juntaram a Otto em 1934, em Amsterdã. Anne precisou de adaptar à nova cultura, inclusive aprender holandês.

4. Ela ganhou o diário de presente de aniversário


Anne completou 13 anos em 12 de junho de 1942, e então ganhou de presente de seus pais um diário de capa xadrez vermelha e branca. Feliz com o presente, ela começou a escrever nele no mesmo dia, relatando seus pensamentos, sentimentos, sonhos e acontecimentos do seu cotidiano. Ela chamava o diário de “minha melhor amiga” e o considerava um refúgio para expressar sua personalidade.

5. Ela entrou em esconderijo em 1942


A Holanda foi invadida pelos nazistas em 1940, onde passaram a impor as mesmas leis discriminatórias contra os judeus que vigoravam na Alemanha. Os judeus foram obrigados a usar uma estrela amarela no peito, a obedecer a um toque de recolher, a frequentar escolas separadas, a entregar objetos pessoais, entre outras restrições.

Em 1942, os nazistas começaram a deportar os judeus para campos de concentração e extermínio, e quando em julho desse mesmo ano Margot recebeu uma convocação para se apresentar a um campo de trabalho na Alemanha sua família recusou-se a se separar e entrou em esconderijo já preparado por Otto Frank: um “anexo secreto” de sua empresa, como foi chamado por Anne, na Prinsengracht 263.

6. Ela dividiu o esconderijo com outras sete pessoas


Além da família Frank, outras quatro pessoas se juntaram ao esconderijo: Fritz Pfeffer, um dentista amigo da família, e Hermann e Auguste van Pels e seus filhos Peter e Fritz. Eles foram ajudados por quatro funcionários da empresa de Otto Frank, que lhes forneciam comida, livros, itens essenciais e notícias. Para não serem descobertos pelos funcionários e clientes da empresa eles tinham que ficar em silêncio durante o dia, e só podiam se movimentar à noite. Eles também tinham que conviver com as dificuldades, brigas, medos e tensões do confinamento.

7. Ela queria ser escritora ou jornalista


Anne Frank tinha um sonho de se tornar uma escritora ou jornalista famosa e tinha grande talento para a escrita. Ela escrevia não só em seu diário, mas também poemas, contos, cartas e ensaios. Ela tinha uma visão curiosa e crítica sobre si mesma e sobre o mundo. Ela também gostava de ler e estudar, e se interessava por diversos assuntos, como política, história, literatura, arte, religião,etc. Ela tinha uma coleção de recortes de revistas, que colava nas paredes do seu quarto, com fotos de paisagens, celebridades, animais, etc.

8. Ela se apaixonou por Peter van Pels


Peter van Pels, que tinha 16 anos quando entrou no esconderijo e era filho mais velho dos van Pels, virou alvo da paixão de Anne. No início, eles não se davam muito bem, pois Anne o achava tímido, sem graça e preguiçoso.

Mas, com o tempo, eles se aproximaram e se tornaram amigos, confidentes e namorados. Eles trocavam beijos e carícias no sótão do anexo, onde podiam ter um pouco de privacidade. Anne escreveu em seu diário sobre seus desejos, suas dúvidas e seus conflitos, e sobre seus sentimentos por Peter.

9. Ela reescreveu o seu diário


Em 1944, Anne Frank ouviu pelo rádio um discurso do ministro da educação holandês no exílio, Gerrit Bolkestein, que incentivava as pessoas a guardarem seus diários, cartas e documentos da guerra, para que fossem publicados após o fim do conflito.

Animada com a ideia de que seu diário pudesse ser lido por outras pessoas e se tornar um livro, Anne então começou a reescrever o seu diário, revisando, corrigindo, acrescentando e excluindo partes do texto original. Ela também mudou os nomes de algumas pessoas, para proteger suas identidades. O mais triste é que Anne foi descoberta e presa pelos nazistas antes de terminar sua revisão.

10. Ela foi traída por um informante


Anne Frank e as outras sete pessoas foram descobertas e presas pelos nazistas em 4 de agosto de 1944, após dois anos escondidas – os nazistas foram avisados por um informante anônimo. Eles foram levados para a sede da Gestapo, onde foram interrogados e torturados. Depois, foram transferidos para o campo de trânsito de Westerbork, na Holanda, e em seguida para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia. Até hoje, não se sabe ao certo quem foi o traidor que denunciou o esconderijo, mas há várias suspeitas e teorias. Uma das mais recentes aponta para um homem chamado Willem van Maaren funcionário da empresa de Otto Frank, que teria sido motivado por dinheiro ou vingança.

11. Ela morreu de tifo em Bergen-Belsen


Anne Frank e sua irmã Margot foram separadas de seus pais e levadas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, em outubro de 1944. Lá, elas enfrentaram condições desumanas, como fome, frio, sujeira, violência e doenças. Em fevereiro de 1945, Margot morreu de tifo, uma infecção causada por piolhos. Ao saber da morte da irmã, Anne, também doente, perdeu a vontade de viver. Morreu poucos dias depois, em março de 1945, aos 15 anos de idade. Ela foi enterrada junto com outras vítimas do campo em uma vala comum. Pouco depois, o campo foi libertado pelos soldados britânicos.

12. Ela foi a única mulher da lista dos 100 maiores ícones do século XX da revista Time


Em 1999, a revista Time publicou uma lista dos 100 maiores ícones do século XX, divididos em cinco categorias: líderes e revolucionários, cientistas e pensadores, construtores e titãs, artistas e animadores, e heróis e ícones. Única mulher da categoria heróis e ícones, Anne aparece ao lado de nomes como Mahatma Gandhi, Martin Luther King Jr., Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, entre outros. A revista destacou que Anne Frank se tornou um símbolo da coragem, da esperança e da inocência em meio à crueldade, ao ódio e à morte.

13. Ela tem uma árvore, uma flor e um asteroide com o seu nome


Anne Frank era apaixonada pela natureza e adorava observar as árvores, as flores e as estrelas. Em seu diário ela escreveu sobre uma castanheira que podia ver da janela do anexo, que lhe dava alegria e consolo. Essa árvore tinha mais de 150 anos e foi tombada como patrimônio histórico e cultural da Holanda, mas infelizmente caiu em 2010, devido a uma tempestade. Seus brotos foram plantados em vários lugares do mundo, como uma forma de homenagear Anne Frank e sua mensagem de paz. Ela também ganhou uma flor com seu nome, uma rosa híbrida que foi batizada de Anne Frank em 1982; por fim, em 1995 foi a vez de um asteroide descoberto em 1942 ser nomeado de 5535 Annefrank.

14. Ela tem uma fundação e um museu dedicados à sua memória


Otto Frank, o pai de Anne, criou em 1957 a Anne Frank Fonds, uma fundação com sede na Suíça que tem como objetivo preservar o legado de Anne Frank e promover a educação, a tolerância e os direitos humanos. A fundação é a proprietária dos direitos autorais do diário de Anne Frank e de outros escritos da jovem, e seus lucros são destinados a projetos sociais e humanitários em todo o mundo. Em 1960, Otto Frank também inaugurou o Anne Frank Huis, um museu instalado no prédio onde ficava o anexo secreto, em Amsterdã. Milhões de pessoas visitam o museu todos os anos, a fim de conhecer o local onde Anne Frank viveu, escreveu e sonhou.

15. Ela inspirou diversas obras de arte


A história de Anne Frank inspirou diversas obras de arte, como livros, filmes, peças de teatro, músicas, pinturas, esculturas, etc. Algumas das mais famosas são: o livro “O Diário de Anne Frank”, uma adaptação do diário publicada em 1947 e feita por Otto Frank e pela escritora Mirjam Pressler; o filme vencedor de três Oscars “O Diário de Anne Frank”, dirigido por George Stevens e lançado em 1959; a peça “O Diário de Anne Frank”, escrita por Frances Goodrich e Albert Hackett, estreada em 1955 e, e vencedora do Prêmio Pulitzer; a música “Anne Frank”, composta por Zeca Baleiro, gravada em 1997; a pintura “Anne Frank”, feita por Andy Warhol em 1984; a escultura “Anne Frank”, que fica em Amsterdã e foi criada em 1977por Mari Andriessen.

16. Ela foi homenageada pela ONU e pela NASA


A ONU e a NASA prestaram algumas das diversas homenagens que Anne Frank recebeu de organizações internacionais. Em 1982, a ONU declarou o dia 12 de junho, data de nascimento de Anne Frank, como o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, para conscientizar sobre a exploração e a violação dos direitos das crianças. Em 1995, a NASA batizou um dos seus ônibus espaciais de Columbia com o nome de Anne Frank, em reconhecimento à sua contribuição para a paz e a humanidade. Esse ônibus levou ao espaço uma cópia do diário de Anne Frank e uma foto sua.

17. Ela foi censurada em alguns países


“O diário de Anne Frank” é um dos livros mais importantes e influentes da história, mas não escapou de ser alvo de censura e polêmica em alguns países. Em 1983, o livro foi proibido na União Soviética, por conter críticas ao comunismo. Em 1986, o livro foi banido em algumas escolas dos Estados Unidos, por conter passagens consideradas sexualmente explícitas. Em 2010, o livro foi retirado de algumas bibliotecas do Líbano, por ser considerado pró-sionista. Já em 2013, o livro foi vandalizado em várias bibliotecas do Japão, por motivos desconhecidos.

18. Ela teve uma versão em quadrinhos


Em 2017, o diário de Anne Frank ganhou uma versão em quadrinhos, feita pelo ilustrador israelense David Polonsky e pelo cineasta israelense Ari Folman, que também dirigiu o filme “Valsa com Bashir”. A adaptação foi autorizada pela Anne Frank Fonds e teve o objetivo de tornar a história de Anne Frank mais acessível e atraente para as novas gerações, sem perder a sua essência e a sua autenticidade.

19. Ela foi interpretada por diversas atrizes


Anne Frank foi interpretada por diversas atrizes no cinema, no teatro e na televisão, que tentaram captar a sua personalidade, sua emoção e sua voz. Algumas das mais famosas foram: Millie Perkins, no filme “O Diário de Anne Frank”, de 1959; Melissa Gilbert, na série de TV “The Diary of Anne Frank”, de 1980; Natalie Portman, na peça “O Diário de Anne Frank”, de 1997; Hannah Taylor-Gordon, no filme “Anne Frank: The Whole Story”, de 2001; Ellie Kendrick, na série de TV “The Diary of Anne Frank”, de 2009; e Luna Wedler, no filme “O Diário de Anne Frank”, de 2016.

20. Ela foi plagiada por um escritor brasileiro


“O diário de Anne Frank” teve um plágio brasileiro em 2018, quando o escritor Marcelo Ferroni lançou o livro “Das Paredes, Meu Amor, os Escravos Nos Contemplam”. A história traz uma jovem judia que vive escondida em um anexo secreto em São Paulo, durante a ditadura militar brasileira. O livro foi acusado de plagiar o diário de Anne Frank, pois reproduzia trechos inteiros do texto original, sem dar crédito ou fazer qualquer referência à fonte.

Procurado, autor se defendeu afirmando que se tratava de uma homenagem e de uma paródia, e que o plágio era evidente e proposital. A Anne Frank Fonds não aceitou a justificativa e entrou com uma ação judicial contra o autor e a editora, pedindo a retirada do livro do mercado e uma indenização por danos morais e materiais. O caso segue em andamento.

Esperamos que você tenha gostado dessas 20 curiosidades sobre Anne Frank. Ela foi uma jovem extraordinária, que deixou um legado de humanidade, esperança e coragem para o mundo. Seu diário é uma obra-prima da literatura e um documento histórico de valor inestimável. Se você ainda não leu, recomendamos que você leia e se emocione com a história de Anne Frank.

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